26 de janeiro de 2009

Caso real de VD



De anónima a 22 de Maio de 2008 às 23:31

Sofro violência doméstica há 7 anos, desde que me casei. Namorei 11 anos com o meu actual marido. Durante o namoro era um príncipe, mal tive a minha filha, tornou-se no meu torturador predilecto. Perante as outras pessoas parece um gentleman, perante mim é um ser manipulador, materialista, calculista, mau, mesquinho, que gosta de humilhar e pisar. Os familiares dele, principalmente a mãe, foram também meus carrascos. Até ao outro dia, a violência era sobretudo psicológica: ameaças, chantagens (a principal era a de que me tirava a minha filha, pois ele ganha mais do que eu e tem um emprego seguro) emocionais e materiais, humilhações, ofensas com palavrões. Habituei-me ao medo, ao pânico, a pagar com humilhações quadruplicadas qualquer ajuda para que eu pudesse avançar um bocadinho com a minha vida profissional. Sempre que tinha de entregar um trabalho ou tinha algum momento mais importante sempre me tentou destruí-lo fingiam ajudar-me para depois me tirarem o tapete debaixo dos pés mesmo em cima do acontecimento.
Ele é uma pessoa muito reservada, parece muito calmo, mas quando explode mete medo diz coisas horríveis e tem gestos tresloucados. A primeira vez que teve um desses momentos, era a minha filha ainda bebé, deu um murro no prato que até salpicou sangue no tecto da cozinha fiquei aterrorizada. Da segunda, deu um murro na parede mesmo ao lado da minha cara; da terceira, puxou-me os cabelos com violência. Da última, muito recentemente, agrediu-me e enquanto me agredia e eu lhe dizia que não lhe admitia mais agressões, ele dizia-me mas não está a acontecer nada, és uma mentirosa...Parecia um psicopata.

Mas, eu, pela primeira vez, chamei a policia, fiz queixa, quando os polícias chegaram parecia um santo.... Fui ao hospital, deixou-me marcas no corpo.

Querem saber por que fiquei com este homem, com este monstro? Primeiro, porque amava a imagem que construí dele (fui-lhe fiel durante 18 anos); 2º por pânico, ele e a família estavam-me constantemente a ameaçar tirar-me a minha filha por questões materiais; 3º porque vi que para sair do ciclo maldito, da armadilha em que me meti, tinha de ter uma vida profissional mais estável e que eles me arrasariam psicológica e até fisicamente falando, mal me tentasse libertar; 4º porque pensei que era melhor para a minha filha ter uma família junta.

Errei, sofri demais, agora, só quero paz e poder olhar-me ao espelho e dizer: sou um ser humano, tenho o direito de defender a minha vida e a minha dignidade, mereço, pelo menos, viver em harmonia. O medo? Ainda o tenho! O pai dele é uma pessoa muito violenta, a mãe tem problemas mentais. Ele é o que se tem revelado há 7 anos.

Mas o Amor pela minha filha fala mais forte e a minha vontade de ser novamente um ser livre, sem medo, leva-me a lutar com unhas e dentes contra este grupo de feras.



Como este caso de VD, muitos são e serão os casos que nunca se tornarão publicos, pelas razões que esta vitima apresentou, e por muitas outras. Como se costuma dizer: "O amor é cego" - no entanto não devemos deixar que esse amor nos cegue de vez!

Devemos tentar preservar a nossa dignidade e acima de tudo, tentar ser feliz!!



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